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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Rio de Janeiro, por Augusto Malta

                            "A fotografia nos proporciona recordações, conhecimento e analogias"

  No início do século XX, uma pessoa com seu olhar e uma câmara fotográfica se destacava em meio às reformas urbanísticas organizadas pelo prefeito Francisco Pereira Passos (1902-1906): Augusto César Malta de Campos, um fotógrafo que assumiu o projeto das elites e cujas imagens da cidade ajudaram a construir, para o Rio de Janeiro, o Rio da Belle Époque, a imagem de vitrine do Brasil.
  Nascido na cidade de Mata Grande, Alagoas, Augusto Malta (1864 - 1957), veio para o RJ em 1888 onde se empregou na firma de Leandro Martins como auxiliar de escrita. Já no ano seguinte era promovido a guarda-livros e como Republicano, participou dos acontecimentos de 15 de novembro de 1889. A partir de 1894, Augusto Malta estabeleceu seu próprio escritório de guarda-livros, a "Casa Ouvidor‘ - situada na Rua do Ouvidor, esquina com Uruguaiana. Esta, no entanto, teve curta existência. Decidiu então visitar a família em Alagoas, e voltou ao Rio com uma quantia de dinheiro e vários irmãos, para quem arranjaria trabalhos.
  Abriu um comércio na Rua Larga, atual Marechal Floriano, porém houve novo insucesso. Esse fato o levou trabalhar com tecidos finos por amostra, atividade em que passou a empregar, no lugar do cavalo, uma bicicleta, com a qual percorria diariamente com maior rapidez, a freguesia. Dessa maneira foi possível conhecer as famílias mais importantes da cidade, o que possibilitou a Malta adquirir um amplo conhecimento urbano que pouco mais tarde se tornaria
o alvo predileto de suas lentes.
  Em 1900, Augusto Malta teve o seu primeiro contato com a fotografia, embora ainda como amador. Após ter trocado com um de seus fregueses a sua bicicleta por uma pequena câmera fotográfica. A partir desse momento, Malta passou a registrar não apenas amigos e familiares, mas também o Rio de Janeiro, cidade que, pelo menos até 1936, era o seu foco. Sua experiência acabou por transformá-lo no primeiro fotógrafo brasileiro a ter uma visão jornalística dos acontecimentos.
  Foi levado pelo amigo Antônio Alves da Silva Júnior, fornecedor da Prefeitura, para fotografar algumas das primeiras obras do novo prefeito ( Francisco Pereira Passos) no ano de 1903. Entusiasmado com o resultado obtido pelas fotografias, Pereira Passos ofereceu a Malta o cargo de fotógrafo documentalista da Prefeitura, até então inexistente e que foi criado especialmente para ele. Como tal, sua função seria —fotografar a execução e a inauguração de obras públicas; documentar logradouros públicos que teriam seus traços alterados; fotografar estabelecimentos ligados ao Município (escolas, hospitais, asilos), prédios históricos que seriam demolidos, festas organizadas pela Prefeitura (escolares, religiosas, inaugurações e comemorações cívicas), e ao mesmo tempo flagrantes do momento, como ressacas, enchentes, desabamentos etc.
 Ao longo dos quase 50 anos em que atuou como fotógrafo, produziu mais de 30 mil registros, entre negativos de vidro e chapas fotográficas, a maior parte perdida ou estragada pela ação do tempo ou à pouca valorização. A pequena parcela que sobreviveu encontra-se espalhada em diversas instituições de memória da cidade do Rio de Janeiro, como o Arquivo Geral da Cidade, o Museu da Imagem e do Som, Museu da República, e Casa de Rui Barbosa, além de empresas como a Light. São registros documentais que possibilitam a (re)construção da evolução do espaço urbano do Rio de Janeiro.
 Em uma época de alta tecnolgia, qualquer pessoa pode pegar uma câmera digital ou de celular, uma bicicleta e fazer registros do ecletismo carioca.
Cenários não faltarão!


Avenida Central (Rio Branco)



Rua da Alfândega


Morro do Castelo



Rua Frei Caneca



Avenida Central



Avenida Beira Mar


Bairro da Glória



Praça da República





Desmonte do Morro do Castelo



Bonde


Carnaval


Rua da América



Canal do Mangue


Praça Floriano


Bonde de Sepetiba


Pão - de Açúcar



Baía de Guanabara


São Francisco - Niterói



Corcovado




Leblon



Augusto Malta
1864 - 1957
















5 comentários:

Anônimo disse...

Que aula?! Simplesmente ES-PE-TA-CU-LAR!!!
Quase um Fábio...rs

*Grande Fábio, parabéns!!!

Jaqueline dos Reis disse...

Excelente, as recordações fotográficas,mas prefiro as suas ... SUCESSO SEMPRE !!
bjus

monica schiavon disse...

Tb adorei!

Patricia Pellison disse...

Grande aula de história!!

Fábio Torres disse...

Agradeço pelos comentários, e continuem nos seguindo!

Fábio Torres

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