Após a ocupação do Morro do Castelo, a cidade expandiu – se em direção à “várzea” (planície alagadiça), que era chamada de Nossa Senhora do Ó, já que havia uma pequena ermida levantada quase à beira do mar, dedicada a esta Nossa Senhora. O nome da Santa, tem origem dos antigos cânticos, que louvavam à Virgem Maria e que começavam sempre com a exclamação: Ó!. A capela serviu de primeiro abrigo aos padres Beneditinos e aos Carmelitas, pois contava com uma construção rústica anexa à ermida: a Casa dos Romeiros, constituindo – se assim, nas duas primeiras construções da praça.
Um dos primeiros logradouros da cidade baixa, a Praça Quinze de Novembro, passou por diferentes remodelações e foi palco de importantes fatos históricos do país, como o Dia do Fico em 1822 e a assinatura da Lei Áurea em 1888, no antigo Paço Real, atual Paço Imperial. É talvez, o ponto da cidade que concentra o maior número de prédios e monumentos tombados.
A Rua Direita, foi a primeira via da cidade, e acompanhava de maneira sinuosa a linha da praia, ligando o Morro do Castelo ao Morro do São Bento. Hoje é chamada de Primeiro de Março, em homenagem ao término da Guerra do Paraguai, em 1º de Março de 1870. Já o atual nome da Praça, surgiu após a proclamação da República, em 15 de Novembro de 1889. Antes havia sido chamado de Várzea; Praça de Nossa Senhora do Ó; Terreiro, Rossio e Praça do Carmo; Terreiro do Polé e Largo do Paço, nome originado após a construção do edifício que serviu de sede do governo e residência dos Governadores, o atual Paço Imperial.
Em 1808, a Corte portuguesa com uma grande comitiva, veio para o Brasil. Precisando de moradias, D. João VI, resolveu desalojar os moradores que moravam em torno da Praça XV. Os guardas do Príncipe Real, resolveram colocar nas portas as letras P.R, indicando o novo proprietário. Mas a irreverência do povo carioca falou mais alto e imediatamente as letras foram interpretadas como, ponha -se na rua.
Principais atrativos:
Paço Imperial
Construído em 1743 por ordem do governador Gomes Freire de Andrade, para servir de residência aos governadores. Serviu de residência temporária para a família real portuguesa, que chegou ao Brasil em 1808. O Paço Real, tornou – se o centro administrativo, do império. Tendo como principais fatos, o Dia do Fico. Quando em 9 de Janeiro de 1822, D. Pedro I, foi em uma janela e declarou à multidão reunida na rua que iria contrariar as ordens da Coroa e permanecer no Brasil. Foi ali também, que ocorreu no Paço, a Abolição da Escravatura, após a assinatura da Lei Áurea em 13 de Maio de 1888, pela Princesa Isabel.
Até 1982, o Paço foi sede da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Atualmente funciona um Centro Cultural, com diversos atrativos além de toda a sua arquitetura colonial.
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Panteão de Osório
Inaugurado em 12 de Novembro de 1894, a estátua tem autoria de Rodolfo Bernardelli.
O monumento foi feito com o bronze dos canhões paraguaios, tem 8 metros de altura e retrata o Marechal em cima de um cavalo sem botas. Ele não podia usá – lás porque tinha feridas que nunca cicatrizavam, resultantes de um tratamento não bem sucedido para o inchaço dos pés durante uma batalha. Em seu pedestal está o corpo embalsamado do Patrono da Cavalaria, Marechal Osório. Cenas da Batalha de Tuiuti e o ataque ao Passo da Pátria, são retratadas.
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Arco do Teles
Parte do conjunto arquitetônico, do Paço do Conselho e casa do Juiz de órfãos do Rio de Janeiro, Francisco Barreto Telles de Menezes, que restou após um violento incêndio em 1790.
Foi projetado por José Fernandes Alpoim no século XVIII e constituía em três sobrados de três pavimentos, cujas fachadas davam para o Largo do Carmo. A fachada de dois ainda estão de pé. Quem atravessa o arco em direção à Travessa do Comércio respira um ambiente do Rio Colonial, com suas ruas apertadas, casas de pé direito alto, as telhas feitas nas coxas dos escravos e fachadas estreitas. Foi ali também que viveu Carmem Miranda, e atualmente é point de happy hour.
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Fábio Torres
Chafariz do Mestre Valentim ou da Pirâmide
Construído em 1789, por Mestre Valentim, era estrategicamente próximo ao mar. Tinha como função trazer as águas do Rio Carioca e abastecer a população da cidade, assim como as embarcações. Com os sucessivos aterros o mar foi se distanciando do chafariz. Porém, com as escavações das obras do mergulhão, a parte aterrada foi surgindo, o que nos transmite uma noção de como era antes.
O monumento, um dos mais importantes do Brasil Colonial, é tombado pelo IPHAN.
-"A bicicleta nos permite um tour com mobilidade."
Fábio Torres
Fábio Torres
Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores
Pequena e de planta circular, originou -se de um oratório público levantado pelos mascate devotos de Nossa Senhora da Lapa, sua padroeira. A Igreja começou a ser construída em 1747 num terreno que ficava em frente ao oratório e que fora comprado por comerciantes mais abastados agrupados numa irmandade. Em 1750 a Igreja foi aberta ao culto, que passou a se dividir entre ela e o oratório. Entre os dois grupos havia constante rixa, até que em 1812 a devoção no oratório se extinguiu.
Em estilo Barroco, com o tempo foram acrescentados alguns elementos neoclássicos. Na fachada encontra – se o medalhão de mármore em relevo a Coração da Virgem Maria, acima fica o relógio e depois, a grande torre sineira, com um carrilhão de doze sinos – o mais antigo do Rio de Janeiro.
Na Revolta da Armada, em 1893, a Igreja foi atingida por um tiro de canhão disparado pelo encouraçado Aquidabã, derrubando a estátua de Nossa Senhora da Fé. A cúpula espatifou – se, mas imagem teve apenas um dedo quebrado e uma pequena parte da base avariada. A estátua foi removida para a sacristia, onde se encontra ainda hoje junto ao projétil num nicho da parede.
Fábio Torres
Convento do Carmo Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Antiga Sé)
Sua construção data de 1761, em estilo Rococó. Em 1808, com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, D.João VI, elevou - a à condição de capela Real e em seguida de Catedral do Rio de Janeiro (Sé), até 1976.
Nesta Igreja D. Pedro I foi coroado Imperador do Brasil e se casou com a Imperatriz Leopoldina.
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Igreja de Nossa Senhora da Ordem Terceira do Carmo
Terminada em 1770, ostenta fachada Barroca.
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Igreja Santa Cruz dos Militares
Sobre as ruínas de um fortim existente onde hoje é a esquina das Ruas Primeiro de Março e Ouvidor, a Irmandade de Santa Cruz, fundada em 1623, levantou a Capela da Vera Cruz. A guarnição do forte, solicitou ao Governador, Capitão Martim de Sá, a construção dessa ermida, para servir como cemitério dos militares e em 1811, finalizaram – se as obras da Igreja, de autoria do Brigadeiro José Custódio de Sá e Faria.
A Igreja é tombada pelo IPHAN, foi sede do bispado do Rio de 1734 a 1737 e guarda troféus da guerra do Paraguai: três bandeiras tomadas na batalha do Avaí.
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Igreja de São José
A Igreja atual construída em 1824, foi originada de uma capela erguida no local em 1608, pela irmandade de São José , que seria uma das mais antigas da cidade. A rua São José, deve o seu nome à Igreja.
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Palácio Tiradentes
Local onde funcionava a cadeia velha, que teve como preso Tiradentes em 1792, aguardando a sua execução. Inaugurado em 1926 para funcionar como Câmara Federal, o Palácio Tiradentes é um prédio no estilo eclético, decorado com elementos que congregam história e ideologia positivista. Com a transferência da capital para Brasília, tornou -se Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
Centro Cultural Banco do Brasil
Local de beleza arquitetônica e muita opção cultural. O prédio surgiu em 1906 para ser sede da Associação Comercial do RJ, porém foi comprado em 1923 pelo Banco do Brasil, funcionando como escritório central de 1926 até a transferência da capital.
Na década de 90, passou a ser um Centro Cultural, proporcionando muito entretenimento a todos interessados por uma programação gratuita.
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Casa França – Brasil
Marco do estilo Neoclássico no Brasil, que veio com a Missão Artística Francesa em 1816, a antiga Alfândega, atualmente um centro cultural, é o único dos prédios públicos projetados por Grandjean de Montigny. Foi construído em 1870.
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Centro Cultural dos Correios
O imóvel foi inaugurado em 1922. As linhas arquitetônicas da fachada, em estilo eclético, caracterizam o prédio do início do século, construído para sediar uma escola do Lloyd Brasileiro. Mas isto não ocorreu e o prédio foi utilizado, por mais de 50 anos, para funcionamento de unidades administrativas e operacionais dos Correios. Na década de 80, o imóvel foi desativado para reformas, sendo reaberto em 2 de junho de 1992, parcialmente restaurado, para receber a "Exposição Ecológica 92", evento integrante do calendário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente - RIO 92.
Desde 1993, funciona como um Centro Cultural.
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Trilhos de bonde
Exceto em Santa Teresa, os bondes foram extintos na década de 60. Porém, é possível ver alguns vestígios pela Praça XV.
Fábio Torres
Um comentário:
Prof. Fábio,
Existem vestígios também na Cantareira em Niterói. Foi descoberto recentemente quando da revitalização da praça existente neste local, há cerca de 02 anos mais ou menos.
Abçs,
Diana Bravo.
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