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terça-feira, 30 de abril de 2013

Conheça a Ferrovia Imperial: Estrada de Ferro Mauá

Em plena Baixada Fluminense, um município tem a honra de ser o local onde circulou as primeiras locomotivas do Brasil. Este município é Magé, onde em 1854, foi inaugurada a  Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petropolis, popularmente conhecida como Estrada de Ferro Mauá, devido à localização do seu ponto inicial, a Praia de Mauá, no "fundo" da Baía de Guanabara. A estação inicial, também com o nome de Mauá, teve o nome alterado para Guia de Pacobaíba posteriormente.
Estação Guia de Pacobaíba em 2011.
Foto © Dado DJ/Trilhos do Rio


Esta ferrovia foi um marco nos transportes do país, na época ainda a base de lombo de mula e veículos de tração animal. Foi implantado um transporte intermodal, envolvendo um serviço marítimo que partia do Cais da Prainha, no centro da capital; integração com a ferrovia em Guia de Pacobaíba e a continuação da viagem através de veículos que subiam a Serra da Estrela a partir de Raiz da Serra (atual Vila Inhomirim), ligando Rio de Janeiro a Petrópolis rapidamente.


Cais onde era feito o transbordo de passageiros e cargas oriundas do Cais da Prainha, na capital.
Daqui seguia-se de trem até Raiz da Serra, atual Vila inhomirim. Foto de Internet

Após a construção de outras ferrovias, como a EF Central do Brasil, e da ligação entre Saracuruna e Visconde de Itaboraí (1926), a ferrovia, já com o nome de EF Príncipe do Grão Pará perdeu movimento e importância econômica, sendo desativada em partes. Em 1962 o trecho entre Guia de Pacobaíba e Bongaba (um antigo Posto Telegráfico) foi erradicado; e em 1982 o restante do trecho até Piabetá teve o tráfego encerrado.
Trecho da antiga ferrovia. Os trilhos foram arrancados, transformando
o antigo leito em uma estreita rua. Foto © Dado DJ/Trilhos do Rio


Desde então o leito ferroviário foi abandonado, e boa parte do patrimônio foi arruinado, como as estações e outras edificações que existiam entre Guia de Pacobaíba e Piabetá. A estação inicial de Guia de Pacobaíba e o seu entorno foi restaurada recentemente , tornando-se um ponto aprazível para os moradores e visitantes, que desfrutam de uma deslumbrante vista da Baía de Guanabara.


Antigo Boeiro, construído para escoar a água de um lado para o outro
do terreno abaixo do leito ferroviário. Foto © Dado DJ/Trilhos do Rio

Apesar do cenário de abandono, nem tudo são más notícias. Diversos projetos estão em andamento para reativar a ferrovia, ligando o Rio de Janeiro novamente a Petrópolis através dos trilhos. Aproveitando esta reativação, inúmeros atrativos históricos da cidade poderão ser restaurados e aproveitados turisticamente. E mesmo o leito ferroviário, não prestando seu serviço original atualmente, tem se tornado ponto de encontro para caminhadas e palco para ciclistas praticantes de Mountain Bike. Alguns trechos possuem lama ou mata fechada, tornando as trilhas mais interessantes.
Trecho com lama, em 01/05/2011. Foto © Sidney Lopes

Próximo à rodovia BR-116, mata fechada. Foto ©  Dado DJ/Trilhos do Rio

Não há expedições regulares (por enquanto) que levam ao caminho da antiga ferrovia. Grupos esporádicos são organizados por amigos, pesquisadores e aficcionados por história das ferrovias. Estes grupos percorrem o trecho, a procura de vestígios ferroviários e outros resquícios da linha Imperial.

Dormentes semi-enterrados denunciam a presença da linha ferroviária
Foto © Sidney Lopes
 A natureza se faz presente em boa parte do percurso.
Foto © Sidney Lopes
Enquanto a ferrovia não é reativada, vale a pena percorrer o antigo leito e respirar, além de ar puro, um pouco de história do primeiro caminho de ferro, criado pela visionário Irineu Evangelista de Souza, o justamente condecorado Barão de Mauá.



Placa na BR-116 indicando o antigo cruzamento da ferrovia com a rodovia
Foto © Dado DJ/Trilhos do Rio (2010)

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